sexta-feira, 31 de julho de 2015

Professores da UFF mantêm greve e querem aumentar pressão sobre governo

Assembleia ratifica contraproposta que pode ser apresentada ao governo nas negociações; docentes veem greve em fase decisiva e conclamam categoria a participar mais

Os professores da Universidade Federal Fluminense mantiveram a greve da categoria e decidiram intensificar a mobilização para pressionar o governo e arrancar respostas nas negociações. Os docentes ratificaram ainda a contraproposta salarial debatida no fórum nacional dos servidores, a ser levada ao governo, e acrescentaram uma série de itens como prioridades para negociação específica do setor.

A assembleia realizada na sexta-feira (31), no auditório Florestan Fernandes, na Faculdade de Educação, no Gragoatá, destacou a importância de dar mais visibilidade ao movimento neste momento da campanha salarial. Fez-se um chamado à categoria para reforçar a participação nas próximas atividades da greve: haverá ato na reitoria na quarta-feira (5), às 14 horas, quando serão levadas as demandas dos campi fora da sede ao reitor; nova caravana a Brasília, para marcha conjunta dos servidores no dia 6 de agosto. Para participar da marcha à capital federal, os interessados devem entrar em contato com a secretaria da Aduff-SSind até segunda-feira 3 (pelo email aduff@afuff.org.br).

Os docentes debateram, com indignação, a notícia de que o governo federal fará novos cortes no orçamento da educação pública e acaba de liberar R$ 5 bilhões extras para o Fies (programa de financiamento estudantil). “É impressionante a capacidade do governo federal de nos surpreender negativamente. A “pátria educadora” revela cada vez mais sua face cruel para com o ensino público e os direitos sociais de forma geral. Enquanto o governo aumenta a taxa básica de juros e torra 3 bilhões de reais por dia para pagar/rolar a dívida pública, anuncia, nesta quinta-feira (30/07), mais cortes no orçamento - R$ 1,1 bilhão a menos apenas no MEC”, diz trecho inicial da carta do Comando Local de Greve distribuída na assembleia.

A contraproposta salarial aprovada reivindica reajuste de 19,7%, no lugar dos 27,3%, em uma única parcela, a partir de janeiro de 2016 – esse percentual refere-se às perdas salariais passadas até aqui, não considera nem aumento real, nem a projeção de perdas futuras. Os docentes também decidiram levar ao Comando Nacional de Greve a proposta de que sejam tratados como prioridade nas negociações com o MEC as seguintes questões: compromisso de não contratação via OS; cronograma e definição de vagas para concursos públicos; compromisso com a integralização das verbas orçamentárias (cronograma de obras e retomar o valor da verba de custeio previsto no orçamento de 2015 como mínimo). Também decidiram levar ao CNG a proposta de que o programa de expansão da universidade seja suspenso enquanto não existirem recursos para que ele seja realizado com qualidade.

A manutenção da greve foi aprovada com 88 votos a favor, um contra e três abstenções. A próxima assembleia será no dia 10 de agosto, às 14 horas, em local a ser confirmado. Mas os docentes decidiram entrar em ‘estado de assembleia permanente’, o que significa que, em decorrência das negociações e de desdobramentos nacionais, assembleias podem ser convocadas a qualquer momento, com 24 horas de antecedência, caso necessário. 

DA REDAÇÃO DA ADUFF
fotos: Professores na assembleia desta sexta-feira (31), que manteve a greve na UFF
crédito: Luiz Fernando Nabuco

*Em Breve, mais da cobertura da assembleia neste blog

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