Maioria dos professores referendou proposta do Comando Local de Greve; mobilização continua e nova assembleia acontece no dia 6
A paralisação na Universidade Federal Fluminense (UFF) chega
ao fim na próxima segunda (5), após quatro meses de greve dos professores na
instituição. A decisão foi fruto de assembleia geral da categoria, realizada
nesta terça-feira (29), que contou com a participação de 576 professores, uma
das maiores da história do sindicato. A proposta foi encaminhada pelo Comando
Local de Greve, que defendeu encerrar a paralisação na UFF no dia 5 de outubro,
com reposição das aulas.
Carta do CLG entregue aos professores observa que o término
do movimento grevista não significa suspender a mobilização. Avalia que a greve
cumpriu um importante papel de combater o ‘ajuste fiscal’, que retira recursos
das universidades, e de denunciar os graves problemas nas condições de trabalho
nos campi de Niterói e de fora da sede. Além de pressionar o Ministério do
Planejamento nas negociações salariais, que, se não obteve avanços
significativos, ao menos fez o governo recuar na sua política de reajuste zero.
Também critica a postura do governo de se recusar a efetivamente negociar a
pauta de reivindicações específicas e o reitor da UFF por não receber os
comandos de greve.
O documento que avaliava a necessidade de encerrar a
paralisação também mencionava a importância do movimento nesses quatro meses. “Na
UFF, a greve tem nos possibilitado um momento único de reunião de centenas de
professores em assembleias gerais, realização de muitas atividades de greve em
todos os espaços da universidade e articulação de professores das diversas unidades
e diversos campi – conhecendo e combatendo melhor os graves problemas pelos
quais já passavam diversos desses espaços, em função da forma precarizada como
se deu a expansão e que foram agravados pelos cortes recentes de verbas
orçamentárias”, diz trecho da carta.
Os debates explicitaram algumas divergências em relação ao
fim do movimento na UFF. Houve quem apontasse a necessidade de manutenção na
greve por mais uma semana, defendendo esse instrumento de pressão sobre o
governo, que se reunirá com o Andes-SN, no dia 5. O ministro Renato Janine, da
Educação, só aceitou receber o Sindicato Nacional na próxima semana após o
Comando Nacional de Greve ocupar o prédio do ministério por cinco horas, no
último dia 24 de setembro.
Outros professores criticaram a greve e defenderam o retorno
imediato às atividades. Entretanto, a proposta vitoriosa foi encaminhada pelo
Comando Local de Greve, que defendeu encerrar a paralisação docente na UFF no
dia 5 de outubro.
Duas votações sobre a greve foram procedidas. A primeira
considerou a manutenção ou a saída da greve, contando com 464 votos pelo
encerramento da paralisação, 94 pela permanência, e nove abstenções. A segunda determinou
o momento de retorno às aulas: 271 professores aprovaram a retomada das
atividades acadêmicas no próximo dia 5; enquanto 208 defenderam a volta
imediata às atividades.
Outros encaminhamentos aprovados:
1) Indicar ao Comando Nacional de Greve a saída unificada de
greve na semana de 05 a 09 de outubro;
2) Transformar o Comando Local de Greve em Comando Local de
Mobilização;
3) Manter a Assembleia Geral Permanente;
4) Realizar ato na tarde do dia 5 de outubro, às 15h, na
Praça Arariboia, convidando representações de todas as entidades e movimentos
que participaram das mobilizações conosco;
5) Indicar ao Comando Local de Greve a elaboração de uma
proposta de calendário de reposição ao CEP que garanta aos estudantes o direito
à reposição integral das aulas interrompidas (na graduação e na pós-graduação)
pela greve e leve em conta as especificidades do Coluni e das diferentes
situações dos campi fora da sede;
6) Intensificar a pressão junto aos deputados federais e
senadores, nos estados e no Congresso Nacional, pela rejeição da PEC 395/2014
(autoriza cobranças de mensalidades na pós-graduação);
7) Construir ações unificadas de luta com o conjunto dos SPF
contra a PEC 139/2015 (fim do abono permanência) e a suspensão dos concursos
públicos, inclusive sob a forma de pressão junto aos deputados federais e
senadores;
8) Nova Assembleia Geral dia 06 de outubro. Local e horário
serão posteriormente definidos.
Obrigada! eu já estava quase morrendo de saudades! Amo a UFF...com seus problemas e seja lá o que for! ♡♡
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFinalmente esse movimento grevista CRIMINOSO (lembremos do episódio em que houve a invasão da reitoria da UFF) pautou-se pelo bom senso e decidiu pelo fim da greve. Venceram os alunos, que eram, como decorrência direta dessa greve, impedidos de exercer um dos direitos mais básicos constantes de nossa Constituição Federal, qual seja, o NOBRE exercício do direto à educação.
ResponderExcluirBabaca! FDP!
ExcluirFico feliz que a greve tenha acabado, mas o mais importante é o comando de greve divulgar quais as conquistas adquiridas com quase 4 meses de paralisação. Só nós que participamos do dia-a-dia na uff sabemos os problemas acarretados pelo ajuste fiscal e os cortes na educação, porém neste momento a manutenção da paralisação nos faria perder mais, fico feliz com a sensatez da maioria dos nossos mestres .
ResponderExcluirShow, vamos agora assistir aula sem luz, sem comida, sem onibus, sem biblioteca, prédio desabando... mas isso não importa, a cantareira ta lá esperando.
ResponderExcluirAlguem sabe informar quando será a matrícula dos novos alunos?
ResponderExcluirProvavelmente assim que os técnicos terminarem a greve. Pq eu acho que aa matrícula é feita por eles. Não sei ao certo...
ExcluirProvavelmente assim que os técnicos terminarem a greve. Pq eu acho que aa matrícula é feita por eles. Não sei ao certo...
ExcluirRespondendo melhormente, tecnicamente falando será só no ano que vem kkkk
Excluir