quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Servidores protestam juntos nesta 4ª (23) contra novo pacote de cortes


Manifestações em Brasília e em estados, com atos e paralisações, expressam rejeição de servidores ao novo pacote de cortes do governo federal; movimentos sociais também protestam

Os servidores públicos federais respondem nesta quarta-feira (23) com um dia nacional de protestos e paralisações ao novo pacote de cortes do governo federal. As medidas anunciadas como parte do ‘ajuste fiscal’ atingem diretamente o setor e incluem adiar por sete meses o reajuste salarial de 2016, suspender os concursos públicos, pôr fim ao abono permanência e cortar mais recursos orçamentários de áreas sociais. As manifestações ocorrem em Brasília e em alguns estados. 

O anúncio das medidas foi recebido com críticas e indignação pelas direções sindicais – mesmo entre sindicalistas alinhados ao governo federal. Esse foi o tom dos debates na reunião realizada logo depois, em Brasília, com 19 entidades sindicais nacionais que integram o Fórum dos Servidores Federais.

A reunião articulou o protesto, definiu as bases de um documento contrário ao pacote – que seria entregue às presidências da República, do Senado e da Câmara dos Deputados – e decidiu por consenso buscar as centrais sindicais para construir a convocação de uma greve geral que pare o país e expresse a insatisfação do conjunto dos trabalhadores com a política econômica adotada pelo governo.

Para o servidor Saulo Arcangeli, da coordenação da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) e dirigente sindical do Judiciário Federal, as medidas são um golpe contra os serviços públicos. “Há muita indignação das categorias com o pacote. Um verdadeiro ataque a direitos e um maior sucateamento do serviço público que já sofre com ampliação da terceirização, precarização do trabalho e cortes no orçamento”, critica, observando que o adiamento da primeira parcela do reajuste previsto torna ainda pior a proposta que já havia sido rejeitada pelos servidores, por não contemplar a reposição das perdas inflacionárias. 

A docente da UFF Eblin Farage, que participou da reunião pelo Comando Nacional de Greve do Andes-SN, ressalta que é grande a insatisfação demostrada pelos dirigentes sindicais com as medidas. “O pacote motivou o fórum a se reunir e a pensar na atividade do dia 23, um dia nacional de paralisações, mobilizações e a atividades em Brasília e nos estados contra o pacote do governo”, disse.

Diante da reação dos servidores, jornais já divulgam um suposto recuo do governo no adiamento do reajuste – que, por essa versão, seria postergado em três meses, sendo aplicado a partir de abril de 2016. Seja como for, os servidores pretendem expressar com atos contundentes na quarta-feira (23) a indignação da categoria com o modo como as negociações vem sendo conduzidas pelo governo até aqui. Delegação do Comando Local de Greve dos docentes da UFF, instalado na Aduff-SSind, participa da atividade em Brasília.

Movimentos sociais

Integrantes de movimentos sociais realizam na manhã desta quarta uma série de manifestações pelo país, lideradas pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). No Rio, a entrada do Ministério da Fazenda, no centro da cidade, foi bloqueada. Em Brasília, a sede central da Fazenda também foi ocupada pela manhã - a polícia utilizou gás de pimenta para retirar os manifestantes, que permaneciam em frente à pasta pela manhã. Servidores em greve participam dos protestos. 

DA REDAÇÃO DA ADUFF
foto: Professores da UFF no ato em Brasília, no Ministério da Fazenda, nesta quarta (23)
crédito: Arquivo Pessoal/Paula Kapp

Um comentário:

  1. Só gostaria de saber como será resolvido o calendário para os calouros. Em um dos posts passados foi comentado sobre a aceitação de calouros no primeiro semestre de 2016 - participar da primeira edição do SiSU em 2016 -, ou seja, o plano da universidade são fundir as duas turmas (2.15 e 1.16)? Enfiar 200 alunos de medicina em um laboratório de anatomia ou montar salas imensas para acadêmicos de engenharia? Existe corpo docente para corrigir o dobro de provas, trabalhos e redações das turmas de letras?
    O bom senso está sendo fortemente agredido, o calendário do segundo semestre deve ser montado e iniciado imediatamente, caso contrario, as turmas do segundo semestre de 2015 irão colidir com a do primeiro semestre de 2016.
    A universidade terá coerência e responsabilidade, no caso disso acontecer, em não participar da primeira edição do SiSU do ano que vem para não prejudicar os alunos (falemos a verdade, já estão prejudicando) que foram aprovados na segunda edição do SiSU de 2015? Entretanto, se optar por esse caminho, qual a responsabilidade que a universidade pública da amada Pátria Educadora está mostrando para os terceiros anistas e cidadãos no cursinho que estudaram tanto para alcançar uma vaga na grandiosa UFF, e descobrir que ela não abriu vagas nesse período?
    Em minha visão, a greve deve existir, mostrar a insatisfação e a realidade em que passamos, afinal o dinheiro não é do governo ou do partido (qualquer um deles), mas sim do povo e para o povo. No entanto, o que os docentes estão fazendo agora não é greve, eles estão construindo um beco sem saída, depredando a qualidade de formação da UFF, sucateando (junto com o governo) essa universidade.
    A única maneira, que posso pensar nesse momento (caso alguém tenha soluções melhores, favor responder esse comentário, pois minhas profundas reflexões não me levaram mais longe e meu coração está cada vez mais aflito, ansiando por uma solução mais real e viável) para não prejudicar a formação dos calouros do segundo semestre de 2015, oferecer o que eles esperam da UFF e sobre a qual eles depositaram a confiança e esperança ao selecionar no SiSU essa universidade, é terminar a greve no dia 29, para eles começarem as aulas esse ano, possibilitando a formação de qualidade que a UFF deverá oferecer e possibilitando, também, a participação - sem demais problemas - no SiSU 2016, primeira edição.
    Momentos mais oportunos existirão para que a greve volte com força e, mais importante, um propósito, com planejamento. Posso citar agosto de 2016, ao final dos "congelamentos" e reajustes.
    Peço aos docentes que deem, a partir de já, um exemplo de sabedoria para os calouros, ansiosos e sedentos para estudar, mostrem a eles que não são "baderneiros" (como o querido reitor apelidou carinhosamente o movimento), mostrem a eles a inteligência de quem deveriam possuir as maiores e melhores mentes - a elite intelectual desse país. Por fim, mostrem coragem, coragem para dizer que nem tudo foi alcançado e que as pequenas vitórias não tiveram os gostos que esperávamos, mas que agora é momento de ser responsável, abaixar as armas, e voltar a educar todos aqueles que tiveram o prestígio de ser qualificado para os cursos da UFF; não desistir, mas dar o exemplo que todo acadêmico gostaria de ter dos professores mentores. Lembrar com agradáveis memórias depois de formados que aqueles são os homens o qual aquele um dia acadêmico busca ser, um homem sereno, responsável, inteligente, sábio e corajoso.
    Pois não estamos aqui apenas para formar profissionais, mas também para formar cidadãos.

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