sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Greves fazem governo admitir estender negociação com servidores

Planejamento voltou a receber o Fórum dos Servidores após o cerco ao prédio do ministério, mas se manteve irredutível na questão salarial e não abordou outros pontos; nova reunião é marcada para segunda (31)




A movimentação que fez o Ministério do Planejamento voltar a receber as entidades sindicais dos servidores públicos federais, na quinta-feira (27), começou antes de o sol raiar em Brasília. Não eram ainda seis horas da manhã e as sete entradas que dão acesso ao bloco c, do Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios, já estavam bloqueadas. Trabalhadores da área de educação foram protagonistas nessa primeira etapa da operação para fazer o governo retornar à mesa, quando disse que poderá estender as negociações para setembro. Professores da Universidade Federal Fluminense, que integravam a delegação da Aduff, estavam entre eles. Depois, outros servidores foram reforçando o protesto, que reuniu em torno de duas mil pessoas, de vários estados do país. Estudantes também participaram na manifestação.

O cerco ao Planejamento teve dois objetivos centrais. Um deles, forçar o governo a receber as representações sindicais das categorias que integram o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais. O outro, aumentar a pressão para fazê-lo ceder nas negociações, revendo a posição inflexível que vem sustentando até aqui. Os servidores foram recebidos pelo secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, que não apresentou nova contraproposta, como chegou a ser sinalizado pelo governo há alguns dias.

O representante do ministério admitiu que, ao contrário do que o governo Dilma Rousseff planejava, a pasta agora trabalha com a possibilidade de as negociações se estenderem a setembro e não necessariamente se encerrarem em 31 de agosto. O secretário apontou o dia 11 como uma data ‘política’ para que esse processo seja concluído. “O governo já havia dito que pretendia mandar as propostas [finais] por escrito às entidades e não reunir mais”, observa o servidor Saulo Arcangeli, da direção da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), que participou das atividades.

A reunião começou após as 10 horas da manhã, numa sala do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte). Enquanto transcorreu, os acessos ao prédio do Planejamento, onde fica o gabinete de Sérgio Mendonça, próximo à Catedral, prosseguiram bloqueados. As entradas só foram liberadas quando a comissão de negociação retornou para transmitir o resultado da conversa. O Planejamento funciona em dois prédios, sendo o outro do lado oposto da Esplanada. 

Orçamento

Embora fale em negociar, o secretário deu a entender que o Palácio do Planalto não cogita alterações na contraproposta salarial geral apresentada e já recusada por todas as categorias. Ela consiste na fixação prévia dos índices de reajuste nos próximos quatro anos. O percentual inicial, em janeiro, seria de 5,5%, com parcelas regressivas até 2019, totalizando, no acumulado no período, 21,3%. A inflação prevista só para 2015, de cerca de 10%, é ignorada. Na visão apresentada por Sérgio Mendonça, o que ainda é possível de redefinição seria a assinatura do acordo por quatro anos. Respostas referentes aos demais itens da pauta ficaram de ser enviados pela pasta, por escrito, às entidades esta semana.

O secretário informou que a intenção do governo é remeter ao Congresso Nacional a proposta orçamentária para 2016 no dia 31 de agosto contendo a previsão de recursos referentes a 5,5% da folha de pagamento para possíveis reajustes. A decisão foi mal recebida pelos servidores, já que representa uma tentativa de criar um fato consumado, embora, de fato, o valor da previsão possa ser modificado, a depender das mobilizações e das negociações. Até o momento, o governo nem sequer aprovou o projeto de diretrizes orçamentárias, que antecede o orçamento propriamente dito.

Com relação às pautas específicas dos diversos setores do funcionalismo, o representante do Planejamento disse que a intenção é fechar as negociações até 11 de setembro. Não deu detalhes, porém, sobre como isso ocorreria. 

Direito de greve

Os servidores criticaram a decisão do governo de cortar os dias parados na greve do INSS – afirmaram que isso contradiz a suposta intenção de negociar e ataca o direito de greve. Os trabalhadores também contestaram a suspensão dos repasses do desconto mensal dos sindicalizados de cerca de cem entidades sindicais – ligadas a sindicatos e federações nacionais como o Andes-SN, Fasubra, Fenasps e Condsef. O corte está sendo visto como um ataque aos servidores, que contestam a política de ‘ajuste fiscal’ com mobilizações e greve. O secretário alegou que não haverá condições operacionais de assegurar o repasse das mensalidades de agosto ainda em setembro e que essa questão poderia ser debatida agora para ser solucionado e regularizado no repasse seguinte.

Nova reunião da mesa geral de negociação foi marcada para a segunda-feira (31). Na véspera, representantes das entidades sindicais que integram o Fórum dos Servidores se reúnem em Brasília para preparar a atuação conjunta no dia seguinte. Para o presidente do Sindicato Nacional (Andes-SN), Paulo Rizzo, a atividade foi bem-sucedida na intenção de forçar a retomada das negociações, mas não conseguiu ainda fazer com que o governo recue em sua ‘intransigência’.  “Por isso, é de extrema importância fortalecer a mobilização e manter as greves do funcionalismo público, porque as negociações vão prosseguir, o próprio governo estendeu o limite para fechar esse processo”, disse, segundo reportagem divulgada pelo Andes-SN.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Fotos: manifestação e negociação em Brasília, no dia 27 de agosto
Crédito: Valcir Araujo



Na próxima semana: AG e debate sobre educação a distância

Na Universidade Federal Fluminense, a greve em defesa da ‘defesa do caráter público da universidade’; ‘condições de trabalho’, ‘garantia de autonomia’, ‘reestruturação da carreira’ e ‘valorização salarial de ativos e aposentados’ completa três meses nessa sexta (28).  Essas diretrizes permeiam o processo que mobiliza docentes de diferentes unidades da UFF a pensar a instituição, participando de variadas atividades ao longo do período de paralisação.
Confira, a seguir, o que está planejado para os próximos dias:

Assembleia geral


Na terça-feira, dia 1º de setembro, haverá assembleia geral dos professores, às 15h, na Quadra da Educação Física/ Gragoatá, para avaliar a greve da categoria.  
Professores das unidades fora da sede podem solicitar o reembolso da passagem para o deslocamento, mediante a apresentação dos comprovantes. 
Os interessados em deixar os filhos em espaço de recreação na sede da Aduff-SSind devem encaminhar e-mail para aduff@aduff.org.br, informando a idade da criança.
Para evitar filas no credenciamento e distribuição de crachás, o livro de presença será aberto às 14h da terça-feira, uma hora antes do início da assembleia. Se puder, chegue mais cedo! Vale ressaltar novamente que têm direito à voz e voto docentes sindicalizados ou não. Entretanto, os professores devem apresentar documento que comprove docência na universidade!

Debate sobre educação a distância

“Educação a distância - Um olhar crítico” é o tema em discussão no seminário organizado pelo Comando Local de Greve dos Docentes da UFF, que acontece na próxima quinta (3), às 10h, no auditório Florestan Fernandes (Bloco D). A atividade contará com a participação da Profa. Deise Mancebo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e de representante do Grupo de Trabalho em Política Educacional da Aduff-SSind.




II Encontro dos Campi da UFF fora da sede

Na sexta, 11 de setembro, estudantes, técnico-administrativos e docentes estarão reunidos em Nova Friburgo para o “II Encontro dos campi da UFF fora de sede”, que acontece a partir das 13h, no campus universitário (Rua Doutor Sílvio Henrique Braune, nº 22, Centro).
Com o tema “Fortalecendo o projeto de Universidade que queremos", o II Encontro pretende aprofundar e fortalecer as discussões sobre a universidade pública, laica, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, principalmente a partir da realidade precarizada dos campi da UFF fora de sede e do Colégio Universitário - Coluni. A atividade é uma continuidade dos debates iniciados no I Encontro, realizado em Rio das Ostras, no dia 28 de julho. Neste primeiro espaço, os participantes produziram a "Carta de Rio das Ostras: Exigências para uma expansão universitária de qualidade", documento síntese do debate político do encontro, entregue à administração da universidade no primeiro ato unificado dos campi de expansão, realizado no dia 5 de agosto. O I Encontro também deliberou a realização deste segundo momento de reflexões, que contará com representantes da Federal Fluminense em Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda, Nova Friburgo, Angra dos Reis, Macaé e Santo Antônio de Pádua, alem da sede, em Niterói.  
A programação do encontro será divulgada em breve; interessados em participar já podem entrar em contato com os comandos locais de greve. Vale ressaltar ainda que durante todo o encontro haverá espaço de recreação infantil com profissionais especializados.




Reunião do Comando Unificado de Greve e o Comitê Gestor

Dia 14 de setembro, segunda-feira, acontece reunião entre o Comando Unificado de Greve e o Comitê Gestor da Universidade, na reitoria, a partir das 14h30, tendo como foco questões relativas à “Democracia interna e transparência na UFF”. Nesse dia, os representantes da administração central apresentarão respostas mais concretas às demandas da pauta interna de reivindicações. 


Assembleia Geral acontece nesta terça (01), às 15h, na quadra da Ed. Física



Atenção, docentes! Para evitar filas no credenciamento e distribuição de crachás, o livro de presença será aberto às 14h da terça-feira (01), uma hora antes do início da assembleia, na quadra da Educação Física. Se puder, chegue mais cedo! Vale ressaltar novamente que têm direito à voz e voto docentes sindicalizados ou não. Entretanto, os professores devem apresentar documento que comprove docência na universidade!


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Após cerco ao ministério, Planejamento recebe servidores

Em dia de nova marcha do funcionalismo a Brasília, governo recebe servidores, que pressionam por avanços nas negociações

Após as primeiras cinco horas de bloqueio de todos os acessos ao Ministério do Planejamento, em Brasília, o governo aceitou receber representantes do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais para dar prosseguimento às negociações. A reunião com o secretário de Relações do Trabalho da pasta, Sérgio Mendonça, começou pouco depois das dez horas e havia tipo uma pausa a pedido dos dirigentes sindicais. O Planejamento prosseguia literalmente trancado.

Os manifestantes exigem que o governo dialogue e abandone sua posição inflexível nas mesas de negociação. Organizam o protesto servidores da área de educação e de vários outros segmentos do funcionalismo. Docentes das instituições federais de ensino superior, incluindo integrantes do Comando Nacional de Greve do Andes-SN, participam da atividade. 

Professores, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal Fluminense estão no protesto. Todas as entradas do bloco c do Planejamento, próximo à Catedral, na Esplanada dos Ministérios, foram cercadas desde as 5h45min. A reunião está sendo realizada em outro local. Ainda nesta quinta-feira acontece nova marcha do funcionalismo público federal em Brasília. Caravanas de todas as regiões do pais se deslocaram para a capital da República. 

As negociações não têm avançado porque o governo argumenta que é preciso cortar recursos do orçamento dos serviços públicos para fazer o ‘ajuste fiscal. A economia é utilizada para pagar juros das dívidas públicas ao mercado financeiro – em geral grandes bancos, setor, aliás, que vem dando declarações favoráveis ao governo Dilma. 

O Ministério do Planejamento não havia marcado novas reunião, nas quais, segundo anunciara, pretendia apresentar o que seria a ‘proposta final’ do governo. Segundo a Condsef, confederação que agrega setores ligados a boa parte dos ministérios e a áreas como Cultura e Meio-Ambiente, o Planejamento enviou documento à entidade, na quarta-feira (26), no qual mantém a proposta já recusada de fixação prévia dos índices de reajuste nos próximos quatro anos. 

O percentual inicial, em janeiro, seria de 5,5%, com parcelas regressivas até janeiro de 2019, totalizando, no acumulado no período, 21,3%. A inflação prevista só para 2015 é de cerca de 10%, mas é ignorada na contraproposta.

Já o ministro da Educação, Renato Janine, vem se recusando a se reunir com os comandos de greve da área. Também trata a crise financeira das universidades, provavelmente a maior da história dessas instituições, como algo secundário.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Fotos: Manifestação e reunião em Brasília, na manhã desta quinta-feira (27)
Crédito: Valcir Araujo





Assembleia Geral dos Docentes é na próxima terça, 1º de setembro


A próxima assembleia geral dos docentes da UFF acontece na terça-feira (1º), às 15h, na Quadra da Educação Física/ Gragoatá. 
Em pauta: 1) Informes; 2) Avaliação da Greve; 3) Outros assuntos
Informações importantes:

1) CRECHE: Docentes interessados em deixar os filhos em espaço de recreação na sede da Aduff-SSind devem encaminhar e-mail para aduff@aduff.org.br, informando A IDADE DA CRIANÇA.

2) IDENTIFICAÇÃO: Podem participar da assembleia professores sindicalizados ou não, munidos de documento que comprove docência na universidade.

3) CREDENCIAMENTO: O livro de assinaturas será aberto uma hora antes do início da AG.
4) REEMBOLSO: Professores das unidades fora da sede podem solicitar o reembolso da passagem para o deslocamento, mediante a apresentação dos comprovantes

Servidores bloqueiam todos acessos ao Ministério do Planejamento

Categorias em greve exigem que o governo reveja sua política inflexível nas negociações; Andes-SN e movimento grevista da UFF participam do protesto desta quinta (27)

Servidores públicos federais em greve bloqueiam, desde as 5h45 da manhã desta quinta-feira (27), todos os acessos ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog), em Brasília. Os manifestantes exigem que o governo dialogue e abandone sua posição inflexível nas mesas de negociação.

Organizam o protesto servidores da área de educação e de outros segmentos do funcionalismo. Docentes das instituições federais de ensino superior, incluindo integrantes do Comando Nacional de Greve do Andes-SN, participam da atividade, que cercou as entradas do bloco c do Planejamento, próximo à Catedral, na Esplanada dos Ministérios. Representantes da comunidade acadêmica da Universidade Federal Fluminense também integram a atividade. Está previsto para esta quinta uma nova marcha nacional do funcionalismo em Brasília.

As negociações não têm avançado porque o governo argumenta que é preciso cortar recursos do orçamento dos serviços públicos para fazer o ‘ajuste fiscal. A economia é utilizada para pagar juros das dívidas públicas ao mercado financeiro – em geral grandes bancos, setor, aliás, que vem dando declarações favoráveis ao governo Dilma. 

Até o momento o Ministério do Planejamento não marcou novas reuniões, nas quais, segundo anunciara, pretendia apresentar o que seria a ‘proposta final’ para os servidores. Segundo a Condsef, confederação que agrega setores ligados a boa parte dos ministérios e a áreas como Cultura e Meio-Ambiente, o Planejamento enviou documento à entidade, na quarta-feira (26), no qual mantém a proposta já recusada de fixação prévia dos índices de reajuste nos próximos quatro anos. 

O percentual inicial, em janeiro, seria de 5,5%, com parcelas regressivas até janeiro de 2019, totalizando, no acumulado no período, 21,3%. A inflação prevista só para 2015 é de cerca de 10%, mas é ignorada na contraproposta.

Já o ministro da Educação, Renato Janine, vem se recusando a se reunir com os comandos de greve da área. Também trata a crise financeira das universidades, provavelmente a maior da história dessas instituições, como algo secundário.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Fotos: Planejamento cercado em Brasília, na manhã desta quinta-feira (27)
Crédito: Valcir Araujo

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

“II Encontro dos campi da UFF fora de sede” acontece no dia 11 de setembro, em Friburgo


Com o tema “Fortalecendo o projeto de universidade que queremos”, a atividade dará continuidade ao debate iniciado no I Encontro, realizado em Rio das Ostras

No dia 11 de setembro, estudantes, técnicos e docentes da Universidade Federal Fluminense estarão reunidos em Nova Friburgo para o “II Encontro dos campi da UFF fora de sede”.  A atividade será realizada no campus universitário (Rua Doutor Sílvio Henrique Braune, nº 22, Centro) e terá início às 13h - a ideia é preservar o período da manhã para o deslocamento da comunidade acadêmica. A programação do encontro será divulgada em breve; interessados em participar já podem entrar em contato com os comandos locais de greve. Professores, estudantes e técnicos estão se articulando para garantir a presença de todos. Vale ressaltar ainda que durante todo o encontro haverá espaço de recreação infantil com profissionais especializados.
Com o tema “Fortalecendo o projeto de Universidade que queremos", o II Encontro pretende aprofundar e fortalecer as discussões sobre a universidade pública, laica, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, principalmente a partir da realidade precarizada dos campi da UFF fora de sede e do COLUNI. A atividade é uma continuidade dos debates iniciados no I Encontro, realizado em Rio das Ostras, no dia 28 de julho. Neste primeiro espaço, os participantes produziram a "Carta de Rio das Ostras: Exigências para uma expansão universitária de qualidade", documento síntese do debate político do encontro, entregue à administração da universidade no primeiro ato unificado dos campi de expansão, realizado no dia 5 de agosto. O I Encontro também deliberou a realização deste segundo, originalmente marcado para final de agosto e reagendado de comum acordo para início de setembro, com o objetivo de não conflitar com a Caravana à Brasília e o feriado de 7 de setembro.
Além da sede em Niterói, a Federal Fluminense está presente em mais sete cidades do Estado do Rio de Janeiro: Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda, Nova Friburgo, Angra dos Reis, Macaé e Santo Antônio de Pádua.  A iniciativa para a realização de um encontro dos campi de expansão partiu de docentes de Nova Friburgo e Rio das Ostras e conta com o apoio da Aduff-SSind e do Comando Local de Greve dos docentes. 

Página do evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1648482055370006/

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Comandos de Greve defendem pautas internas na reunião com Comitê Gestor

Reunião na Reitoria ocorreu em meio à manifestação conjunta de estudantes, técnicos e professores; nova reunião é marcada para 14 de setembro


Os comandos de greve dos docentes, técnico-administrativos e estudantes da UFF se reuniram com o Comitê Gestor da Reitoria, na tarde da segunda (24), para discutir as reivindicações unificadas do movimento. O encontro durou cerca de três horas e abordou o tema “Condições de trabalho e estudo”. A reitoria se comprometeu a apresentar respostas mais concretas às demandas encaminhadas pelo Comando Unificado de Greve na próxima reunião, que acontecerá no dia 14 de setembro, desta vez com ênfase em questões relativas à “Democracia interna e transparência na UFF”.

Entre outras demandas, os pontos de pauta discutidos defendiam mais concursos públicos para docentes e técnico-administrativos em todos os campi da UFF, incluindo também o Colégio de Aplicação (Coluni) e a creche da instituição; elaboração de cronograma para a conclusão das obras nos diversos campi; descentralização dos processos administrativos e acadêmicos (protocolo setorial); compromisso em relação ao pagamento do salário e dos direitos trabalhistas dos funcionários terceirizados.

Abordavam ainda a segurança no ambiente profissional (com o pagamento de insalubridade e periculosidade aos trabalhadores); ampliação da política de assistência estudantil (moradia, restaurante universitário, recomposição das bolsas, creche); segurança não militarizada e iluminação nos campi; combate ao assédio moral e retirada das catracas do Huap e da Faculdade de Direito. O movimento grevista quer ainda que novos campi da UFF não sejam abertos se não houver condições adequadas de funcionamento e políticas que garantam a permanência estudantil.

O que diz o Comitê Gestor
Os representantes da reitoria afirmaram que desejam conquistar mais vagas de servidores para a UFF, reconhecendo que há defasagem quanto ao número de técnicos e professores na instituição, sobretudo nos campi fora da sede, na creche e no Coluni. Mencionaram a abertura de concursos para preencher mais de 90 vagas, contudo, todas oriundas de aposentadoria ou falecimento. De acordo com o Comitê Gestor, o governo não sinaliza, diante da crise financeira provocada pela política de ajuste fiscal, com a possibilidade de novas vagas. Nesse contexto, a reitoria diz ser necessário discutir reposicionamento de técnico-administrativos nos setores da UFF.

Comandos de Greve questionaram a paralisação de obras nos campi e reivindicaram cronograma que dê conta da destinação orçamentária e dos prazos para a conclusão dos prédios.  A reitoria diz que esse planejamento existe, apesar de não ter sido publicizado para a comunidade – maior interessada no tema. Diz necessitar de R$ 166 milhões para a conclusão das obras e que aguarda resposta do MEC para liberação do dinheiro. “Transparência é disponibilizar para professores, técnicos e estudantes o que vocês pediram ao MEC”, disse Eblin Farage, pelo Comando Local de Greve docente.

O Comitê Gestor garante que não iniciará novas construções sem terminar as que estão em andamento, salientando que entregar o prédio do Instituto de Biologia é prioridade. “Diretriz não é parar nenhuma obra; nem que fique atividade pequena, mantemos o canteiro de obra”, disse o pró-reitor Túlio Franco (Progepe). Ele também disse que está em curso um sistema que permite o envio da documentação por meio eletrônico, que beneficiaria os trabalhadores e os estudantes das unidades fora de sede. Além disso, disse que a reitoria pretende descentralizar a perícia médica.

Em relação aos terceirizados, gestores sustentam que direitos trabalhistas e salários estão sendo pagos em dia e que não há pendências anteriores a julho de 2015. Mencionaram problemas pontuais com profissionais contratatos pela Vpar, que atua em âmbito administrativo, alegando que logo serão resolvidos. 

Quanto à insalubridade e à periculosidade, os representantes da reitoria argumentaram que a UFF segue as determinações legais para pagamento desses adicionais e que já encaminharam cerca de 500 processos que estavam paralisados. Dizem ainda que o Sintuff pode acompanhar as comissões que avaliam o grau de exposição dos trabalhadores às condições insalubres ou perigosas, e que deve encaminhar à reitoria o nome e a matrícula dos servidores que não têm recebido esse direito, para que cada caso seja melhor analisado.

Assistência estudantil 
Nos últimos anos, as políticas de assistência estudantil não acompanharam o crescimento vertiginoso da UFF. A falta de moradia, de bandejão e de creche, sobretudo nas unidades fora de sede, tem sido bastante criticada pela comunidade acadêmica. Os gestores dizem que o bandejão da Praia Vermelha voltará a funcionar após o término da greve. Segundo eles, um grupo de trabalho está em curso para pensar estratégias que viabilizem refeições para os estudantes que não contam com restaurante universitário – não revelou, porém, quem integra esse grupo.

Quanto à moradia, estudantes reivindicaram nova discussão para a atualização do regimento, hoje considerado punitivo para as gestantes – que são obrigadas a se retirar do local. Também pleitearam auxílio creche.

Os gestores alegam estar impedidos, por lei, de criar novas creches no âmbito da administração federal, sendo necessário realizar estudo que permita a ampliação da creche já existente no campus do Gragoatá. Parte das vagas será aberta à sociedade, segundo eles, por decisão do Ministério Público.

No que tange à demanda por segurança não militarizada e com paridade entre os gêneros nos diversos campi, a administração disse que todos esses profissionais terão que ser terceirizados, porque a carreira foi extinta do Regime Jurídico Único. Os Comandos Unificados reivindicam treinamento humanizado e paridade entre homens e mulheres. Pedem ainda melhor iluminação dos campi da UFF.
  
Assédio moral
O movimento grevista insistiu para que a reitoria realize ampla campanha de conscientização sobre o tema. De acordo com a técnica Lígia Martins, “assédio moral tem virado modelo de gestão na UFF”. A Universidade deve constranger os assediadores e buscar outras formas de combater essa prática na instituição, para além da comissão interna que apura as denúncias.

Catraca
Docentes, discentes e técnicos pedem a retirada das catracas do HUAP e da Faculdade de Direito. A reitoria ficou de discutir o assunto e, no próximo encontro, dará uma resposta para o pedido.

Novos campi
O Comando Unificado afirma que a reitoria não pode abrir novos campi avançados “sem que eles tenham condições estruturantes, como professores, técnicos, bandejão, moradia, para efetivar os cursos e institutos, com políticas públicas que garantam a permanência estudantil”. O Comitê Gestor revelou que a abertura de 12 novos cursos nas unidades fora de sede foi suspensa, dizendo que o desejo da atual administração é consolidar os campi que já existem. No entanto, afirmam que a unidade de Petrópolis será inaugurada, visando atender apenas ao curso de Engenharia de Produção. “As condições de infraestrutura oferecidas pela prefeitura são muito boas”, disse Túlio Franco.

Quem participou
Participaram da reunião Renata Vereza (História - Niterói), Eblin Farage (Serviço Social - Niterói), Simone Barreto (Fonoaudiologia - Friburgo), Adriana Penna (Pedagogia - Pádua), pelo Comando Local de Greve dos Docentes; Nayara Assunção (Ciências Sociais - Niterói), Rafael Monteiro (Psicologia - Volta Redonda), Mel Gomes (Produção Cultural - Niterói), Luan Candido (Economia -Niterói), Rhuan Vieira (Odontologia - Friburgo), Isabella Seixas (Química - Volta Redonda), Johnathan Mattos (Direito - Niterói), Rodrigo O. Ferreira (Psicologia - Rio das Ostras), Juliana Cruz (Pedagogia - Pádua), Simone Claudino (Economia - Campos dos Goytacazes), Thais Santana (Políticas Públicas - Angra dos Reis), pelo Comando Local de Greve dos Estudantes; Pedro Rosa, Lígia Martins, Márcia Carvalho, Carlos Abreu, Camila Aguiar, Luciano Pita, pelo Comando de Greve dos Técnico-administrativos;  Os pró-reitores Túlio Franco (Progepe), Roberto Kant de Lima (Proppi), Jailton Francisco (Proplan); Alberto di Sabatto (Coordenador da CPD) e Paulo (pela Proad) – todos representando o Comitê Gestor.


Docentes da UFF vão a Brasília pressionar governo a negociar

Perto de completar três meses em greve na UFF, docentes da instituição seguem para Brasília, em caravana, para participar da Marcha dos Servidores Públicos Federais, na quinta 27, e integrar a manifestação dos docentes federais em greve, na sexta 28. O principal objetivo é cobrar do Ministério da Educação a negociação de reivindicações específicas da categoria.

Marcha dos SPF
A marcha do dia 27 é organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fórum dos SPF), e terá início às 9h, com concentração na tenda em frente ao Museu Nacional da República, na Esplanada dos Ministérios. Para o Fórum, é necessário ampliar a mobilização entre os servidores, construindo uma greve geral dos SPF, para que o governo federal responda a pauta unificada do funcionalismo federal. 
Diversas categorias estão em greve e devem intensificar a mobilização nesta semana.

Manifestação dos docentes federais em greve
Já no dia 28, haverá uma manifestação dos docentes federais em greve, organizada pelo Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN. Segundo o CNG, é importante, nesta etapa da greve, radicalizar as intervenções para pressionar o ministro da Educação, Janine Ribeiro, a negociar com a categoria, que até agora não foram recebidas pelo ministro.
Durante o período de greve houve apenas algumas reuniões, sem a presença do ministro, nas quais os representantes do MEC sequer responderam à pauta de reivindicações dos docentes federais. A pauta é dividida em cinco eixos: defesa do caráter público da universidade; condições de trabalho; garantia de autonomia; reestruturação da carreira; e valorização salarial de ativos e aposentados.

Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, ressalta que, para que as reinvindicações sejam atendidas, é fundamental que haja grande participação da categoria em ambas as manifestações. “O governo federal se mantém intransigente nas negociações, seja por meio do MEC, seja por meio do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog). Assim, é fundamental que envidemos todos nossos esforços para que as manifestações sejam um sucesso. É muito importante, também, que as seções sindicais do ANDES-SN participem ativamente”, afirma Rizzo.
Com informações do Andes-SN

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Ato conjunto da greve pressiona por avanços na negociação na Reitoria da UFF

Manifestação nesta segunda-feira (24) uniu docentes, técnicos e estudantes; semana terá ainda ato no Centro do Rio nesta terça-feira (25) e protestos em Brasília nos dias 27 e 28 para pressionar o governo a ceder e avançar na negociação da pauta de reivindicações

Os comandos de greve dos docentes, técnico-administrativos e estudantes da UFF voltaram a se reunir com representantes da Reitoria nesta segunda-feira (24), para tratar da pauta de reivindicações gerais internas do movimento.

A reunião durou quase três horas e ocorreu em meio ao ato iniciado no Hospital Universitário Antônio Pedro, de onde os manifestantes caminharam até os jardins da Reitoria, em Icaraí. 

Enquanto uma comissão representativa dos comandos de greve participava da negociação, embaixo transcorria uma roda de conversa sobre os impactos do ‘ajuste fiscal’ na educação e na vida dos trabalhadores. 

A semana será marcada ainda por outras manifestações da greve, com ato unificado do funcionalismo com setores dos movimentos sociais nesta terça-feira (25), no Centro do Rio, e caravana a Brasília para nova marcha nos dias 27 e 28.

Confira a agenda abaixo:

25 de agosto: 

10h – “Escola sem partido? Um debate sobre educação, ideologia e política”.
Debatedores: Kate Lane (Coluni/CLG), Fernando Penna (Faculdade de Educação-UFF) e Guilherme Nogueira (CAP-UERJ). Local: Coluni

16h - Ato no Rio de Janeiro em unidade com os movimentos sociais
Na tarde de terça-feira (25), as atividades de luta continuam. Os servidores públicos federais do Rio de Janeiro, em conjunto com os movimentos sociais, realizam ato a partir das 16h, na Candelária. Trabalhadores irão às ruas desconstruir a falsa dicotomia dos atos dos dias 16 e 20 de agosto, lutar contra o ajuste fiscal do governo Dilma, contra os cortes nas áreas sociais e contra o avanço conservador no país. A saída é pela esquerda. Somente os trabalhadores na rua, de forma organizada, são capazes de reverter o ajuste fiscal e conquistar condições dignas de vida e de trabalho para todos.


27 e 28 de agosto: 

Marcha dos servidores e Caravana da Educação, em Brasília
Na quinta-feira (27), os servidores públicos federais vão à Brasília reivindicar o atendimento de suas pautas de reivindicação. Na sexta (28), a Caravana Nacional em Defesa da Educação também ocupa a Explanada para lutar contra os cortes no orçamento da Educação.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
fotos: manifestação e negociação na Reitoria, que reuniu representantes dos comandos de greve dos três segmentos
crédito: Luiz Fernando Nabuco

*Em breve, detalhes do resultado da negociação na Reitoria no blog da greve e no site da Aduff-SSind



Ato e vigília nesta 2ª (24) na UFF: Reitoria, atenda às pautas emergenciais

Atividade com docentes, técnicos e estudantes começa às 13h, no Huap. Roda de conversa debaterá efeitos do 'ajuste fiscal'. Vigília com velas durante negociação com Comitê Gestor lembrará que cortes deixaram UFF sem luz 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Estudantes, técnico-administrativos e docentes da Universidade Federal Fluminense fazem manifestação conjunta, nesta segunda-feira (24), que precederá e acompanhará reunião dos Comandos de Greve com a Reitoria, representada pelo Comitê Gestor. Haverá velas, em referência crítica à notícia de que a UFF viveu um 'apagão' na quarta-feira (19), em decorrência do corte no fornecimento da Ampla, que teria alegado assim ter procedido devido a contas em atraso.

A concentração para o ato começa no Hospital Universitário Antônio Pedro. O local escolhido lembra uma das reivindicações emergenciais apresentadas pelos Comandos de Greve à Reitoria: que seja firmado o compromisso de que a UFF não irá aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), modalidade de privatização da saúde que o governo tenta impor às universidades.

De lá, os manifestantes vão caminhar até os jardins da Reitoria, em Icaraí, onde a partir das 14 horas acontece uma roda de conversa tendo como tema "Ajuste Fiscal e a Crise: Apagão na UFF?". A reunião com o Comitê Gestor está marcada para ter início às 15 horas. E será 'acompanhada' em vigília pelos manifestantes, que devem levar velas ao protesto, simbolizando o risco de a universidade ficar às escuras caso o governo não recue nos cortes orçamentários da educação pública. 

Os Comandos de Greve pretendem exigir da Reitoria respostas às reivindicações apresentadas e que até agora não respondidas. Entre as 12 reivindicações emergenciais gerais destacadas na última reunião, alguns itens não necessitam de recursos orçamentários. É o caso do compromisso de não adesão à Ebserh, do respeito à decisão do plebiscito que rejeitou quaisquer cursos pagos na universidade, transparência nas contas da UFF, debate sobre a Estatuinte e sobre o Plano de Desenvolvimento Institucional, definição do Colégio Universitário (Coluni) como unidade da UFF, não criminalização das lutas sindicais e estudantis e retirada dos processos judiciais movidos pela Reitoria. 

Também se reivindica um cronograma para término das obras nos campi, mais bolsas de assistência estudantil e a reposição de vagas de técnicos e docentes por meio de concursos e sob o Regime Jurídico Único (RJU), entre outros itens. Os Comandos de Greve devem ainda cobrar a posição da Reitoria com relação às reivindicações igualmente emergenciais apresentadas pela Comissão dos Campi do Interior, definidas no encontro realizado em Rio das Ostras.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
foto: Detalhe da última manifestação na Reitoria, que teve 'bicicletada' e reunião para tratar das demandas dos campi fora da sede
crédito: Luís Fernando Nabuco

Impactos da contrarreforma na educação superior são debatidos em atividade da greve

Em seminário realizado no campus da UFF no Gragoatá, docentes debateram as mudanças e a resistência ocorridas na educação superior no Brasil, Chile, Portugal e Espanha

A contrarreforma na educação superior foi tema de atividade do Comando Local de Greve da UFF realizada no auditório do Serviço Social, no Gragoatá. Os palestrantes apresentaram relatos e experiências das transformações ocorridas e em curso em quatro países - Brasil, Chile, Portugal e Espanha. 

Ao longo de quase três horas, a professora chilena Ximena Soto, o professor espanhol Luís Felipe Rivero Garvia, e as professoras Marina Barbosa e Catharina Meirelles, falaram, respectivamente, sobre como avaliam o que acontece no Chile, Espanha, Brasil e Portugal. A atividade ocorreu na tarde de quarta-feira (19).

Aspectos comuns a boa parte dos relatos – mesmo que com ritmos, tempos e características diferenciadas – foram a tentativa de maior controle sobre a produção acadêmica, o direcionamento das pesquisas para as demandas mercado, o favorecimento da expansão privada e a precarização do trabalho docente.

"Minha fala vai ser triste porque triste é a contrarreforma na educação", disse Ximena Soto, ao iniciar a sua exposição. "Meu país é um laboratório do [modelo] neoliberal", afirmou, ao assinalar que as mudanças foram precoces no sistema educacional chileno em relação a outros países. Ela relatou o processo de privatização das universidades chilenas, após o início da ditadura que dominou o país a partir dos anos 1970.

Sem concurso

As mudanças no ensino superior em Portugal a partir da aplicação do "Tratado de Bolonha" foram abordadas pela professora Catharina Meirelles, do Departamento de Psicologia da UFF em Volta Redonda, que estuda as formas de resistência docente ante o impacto das reformas do ensino superior no Brasil e em Portugal. Ela discorreu sobre o avanço do setor privado, que hoje responde pela maior parte das vagas nas universidades. Disse ainda que a precarização aumenta na medida em que há dez anos não se repõe mais as vagas de docentes efetivos. "Os professores se aposentam e não entra mais ninguém, não há reposição. E o que eles estão fazendo como alternativa é contratar os chamados professores visitantes, que para nós seriam os professores substitutos", disse. 

Outro aspecto destacado por ela é a adoção de processos contínuos de avaliação de desempenho. "Há imensas avaliações. [Os professores] são avaliados o tempo todo. Entretanto, a avaliação de desempenho tem apenas caráter punitivo, se o professor não for bem avaliado ele vai passar por uma auditoria e ele pode ser dispensado se não for efetivo", disse.

Público x privado

O professor da UFF Felipe Rivero Garvia, do Instituto de Matemática, disse que a lei da educação aprovada em 2001 na Espanha foi um divisor de águas no ensino superior espanhol, com a transferência do financiamento das universidades do governo central para os estaduais e adoção da prática de captação de recursos privados, o que resultou no fim da gratuidade dos cursos oferecidos. "Abriu as portas para que as universidades tivessem investimentos privados. E as universidades, os estudos, as pesquisas se voltaram mais para o interesse das empresas privadas", afirmou.

A professora Marina Barbosa, ex-presidente da Aduff-SSind e do Andes-SN, que hoje se encontra na Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, avaliou que tudo o que se estava dizendo no seminário permitia duas constatações: "Estamos todos no mesmo barco, a despeito de países do chamado primeiro mundo e dos países que estão abaixo da linha bonita; e que todas as coisas que são aqui trazidas têm os mesmos determinantes", disse. "Uma conexão fundamental é a reforma do estado, a crise do capital e a política educacional. Eu identifico como determinante central a crise de rentabilidade do capital", analisou. 

Nos últimos 30 anos, disse, o Brasil se insere como um sujeito que viabiliza as melhores condições para o mercado privado. "O Brasil não é sócio nesse processo e disputa duramente o título de melhor empregado do mês", disse. Marina, no entanto, também ressaltou como contraponto a resistência coletiva que estudantes, técnico-administrativos e docentes fazem a esse processo, que tem como exemplo a greve em curso na educação pública federal no país. 

A professora Eblin Farage, do Serviço Social da UFF e do Comando Local de Greve, que coordenava a mesa, avaliou ser um desafio comunicar aos colegas professores que o que se está vivendo na educação no país, como os palestrantes expuseram, é parte de um processo mais amplo. "Por vezes, parece que é uma retórica de militante falar que hoje mais do que nunca o que está em jogo é o projeto de universidade. O percentual de aumento [salarial] é importante, mas mais importante do que o percentual de aumento é a gente não perder o projeto de universidade que a gente defende", disse. 

Para Eblin, o debate mostrou até onde é possível se chegar com a materialização do 'Tratado de Bolonha'. “As últimas ações do governo federal talvez sejam a parte final da contrarreforma do ensino superior no Brasil, como a contratação [ de professores por meio] das OS [organizações sociais]. A educação hoje é mercadoria essencial para o capitalismo", disse.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Foto: Seminário realizado no auditório do Serviço Social, no Gragoatá
crédito: Luiz Fernando Nabuco/Aduff

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Segunda (24): Ato unificado pressionará reitoria por resposta às reivindicações

Na tarde de segunda-feira (24), os professores realizam atividade unificada com técnico-administrativos e estudantes, na reitoria da UFF. Objetivo é pressionar a administração da universidade para que se posicione em relação à pauta interna unificada da greve e se comprometa com sua implementação. 
A concentração é às 13h, no Hospital Universitário Antônio Pedro. 
Às 14h, haverá roda de conversa com o tema "Ajuste fiscal e a crise: apagão na UFF", antecedendo a reunião dos Comandos de Greve dos Técnico, Professores e Estudantes com o Comitê Gestor da UFF, que acontece às 15h, no prédio da reitoria. 
Durante a reunião, haverá uma vigília, com velas acesas, para denunciar o apagão da última semana em algumas unidades da UFF por conta do atraso no pagamento da conta de luz. Leve uma vela para a reitoria!
 
 



Atividade na reitoria, Caravana a Brasília e ato contra o ajuste fiscal são destaques da greve na próxima semana


Reunidos em assembleia geral na quinta-feira (20), os professores da UFF deliberam pela participação em três atividades de luta na semana por vir, cada uma com um caráter diferente. Na segunda (24), o movimento de greve unificado vai à reitoria reivindicar da administração da universidade o atendimento da pauta interna na UFF. Na terça (25), os professores da UFF se somam ao conjunto dos servidores públicos federais e aos movimentos sociais cariocas na luta contra o ajuste fiscal e o avanço conservador no país. O ato na Candelária irá levar para as ruas a crítica sobre a falsa polarização dos atos dos dias 16 e 20 de agosto, realizados no Brasil. Na quinta (27) e sexta (28), os docentes ocupam Brasília em marcha em conjunto com o Fórum dos Servidores Públicos Nacionais e o movimento estudantil. Confira e participe!

- 24 de agosto: Atividade na reitoria da UFF
Na tarde de segunda-feira (24) os professores realizam atividade unificada com técnicos-administrativos e estudantes, na reitoria da UFF. Objetivo é pressionar a administração da universidade para que se posicione em relação à pauta interna unificada da greve e se comprometa com sua implementação. A atividade antecederá a reunião do Comando Unificado dos Três Segmentos com o Comitê Gestor da UFF, que acontece às 15h, no prédio da reitoria. Os docentes reivindicam a realização de concurso público para professores e técnicos-administrativos efetivos do quadro, em especial onde mais se destacam as precárias condições de trabalho como no COLUNI, na Creche UFF e no HUAP; garantia de pagamento em dia aos trabalhadores terceirizados; a descentralização dos procedimentos administrativos e acadêmicos em todos os campi fora da sede, entre outros.

- 25 de agosto: Ato no Rio de Janeiro em unidade com os movimentos sociais
Na tarde de terça-feira (25), as atividades de luta continuam. Os servidores públicos federais do Rio de Janeiro, em conjunto com os movimentos sociais, realizam ato a partir das 16h, na Candelária. Trabalhadores irão às rua desconstruir a falsa dicotomia dos atos dos dias 16 e 20 de agosto, lutar contra o ajuste fiscal do governo Dilma, contra os cortes nas áreas sociais e contra o avanço conservador no país. A saída é pela esquerda. Somente os trabalhadores na rua, de forma organizada, são capazes de reverter o ajuste fiscal e conquistar condições dignas de vida e de trabalho para todos.

- 27 e 28 de agosto: Marcha dos SPF e Caravana da Educação, em Brasília
Na quinta-feira (27), os servidores públicos federais vão à Brasília reivindicar o atendimento de suas pautas de reivindicação. Na sexta (28), a Caravana Nacional em Defesa da Educação também ocupa a Explanada para lutar contra os cortes no orçamento da Educação. 



quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Em assembleia, docentes da UFF votam pela continuidade e fortalecimento da greve


Próxima assembleia acontece no dia 1 de setembro (terça-feira), às 15h. Local será divulgado em breve

Reunidos em assembleia geral na tarde desta quinta-feira (20), os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) votaram pela continuidade e fortalecimento da greve docente na instituição. Foram 171 votos favoráveis à manutenção do movimento grevista contra 9 contrários. Não houve abstenções. A avaliação da maioria dos presentes é de que esse é o momento de mostrar ao governo que além do índice de reajuste, os docentes da UFF exigem repostas para os demais pontos de pauta da categoria, que se configuram como estruturantes das instituições públicas de ensino e são essenciais para o funcionamento pleno de uma universidade pública, gratuita e de qualidade.

Em reunião de negociação entre o Ministério de Planejamento e Gestão (MPOG) e o Fórum dos Servidores Públicos Federais, o governo propôs reajuste salarial de 21,3% dividido em 4 anos e sinalizou aumento no auxílio-creche, saúde e alimentação; ganhos extremamente inferiores às reivindicações salariais e que sequer repõem as perdas inflacionárias, mas que só foram obtidos pela força da greve. Entretanto, após quase três meses de mobilização, o Ministro da Educação, Renato Janine ainda não recebeu o Comando Nacional de Greve (CNG) e o Sindicato Nacional (ANDES-SN) para debater a pauta específica dos docentes. Desse modo, os professores da UFF mantiveram a greve com o objetivo de intensificar a pressão sobre o governo para revogar os cortes no orçamento da Educação e forçar o MEC a dialogar com o movimento.

Na pauta específica dos professores das universidades federais, os docentes reivindicam que o Ministério da Educação se posicione contrário à contratação por OS nas federais, elabore um cronograma para concurso público e de finalização das obras, entre outros. Em assembleia, os docentes da UFF também voltaram a defender que o reitor da universidade Sidney Mello se posicione em relação à pauta interna e se comprometa com a realização de concurso público para professores e técnicos-administrativos efetivos do quadro, em especial onde mais se destacam as precárias condições de trabalho como no COLUNI, na Creche UFF e no HUAP; com o pagamento dos terceirizado; com a descentralização dos procedimentos administrativos e acadêmicos em todos os campi fora da sede;  e com a abertura de novos campis avançados apenas quando a administração puder garantir condições plenas de funcionamento e permanência estudantil.

Outras deliberações:

- Atividade de luta no dia 24, data da reunião dos 3 segmentos com o Comitê Gestor. Reunidos na maior instância de deliberação da categoria, os professores da UFF também deliberaram pela realização de uma atividade de luta no dia 24 de agosto (segunda-feira), quando o comando de greve dos três segmentos se reúne novamente com o Comitê Gestor indicado pelo reitor. O encontro acontece às 15h, na reitoria. A proposta do Comando Local de Greve (CLG) dos docentes é que os professores construam a atividade em conjunto com estudantes e técnicos-administrativos.
A assembleia também aprovou que a representação docente leve à reunião com o Comitê Gestor as seguintes propostas: 1) Adiamento da Semana Acadêmica 2015 com futura renegociação de acordo com calendário de reposição; 2)que não tenha relatório parcial de Desenvolvimento Acadêmico, ficando os trabalhos desenvolvidos a serem registrados no relatório final; 3)que na Semana Acadêmica 2015 não tenha avaliação com pontuação e premiação dos trabalhos de monitoria, extensão e desenvolvimento acadêmico, sendo a Agenda Acadêmica um espaço de troca de experiências; 4) que os projetos de extensão sejam incluídos no sistema pelos departamentos, possibilitando que os professores não sejam obrigados a realizar relatório nesse momento; 5) não obrigatoriedade da inscrição na agenda para os orientadores e a garantia de não sermos punidos com a perda da bolsa no ano seguinte.

- Participação na Caravana Nacional em Brasília, nos dias 27 e 28 de agosto. A participação do ANDES-SN na Caravana foi no CONAD (Conselho Nacional de Docentes), realizado na semana passada, em Vitória.

- Participação no ato do dia 25 de agosto no Rio, em unidade com os movimentos sociais, de desconstrução da falsa dicotomia dos dias 16 e 20 de agosto, a partir das 16h, na Candelária. A saída é pela esquerda. Somente os trabalhadores na rua, de forma organizada, são capazes de reverter o ajuste fiscal e conquistar condições dignas de vida e de trabalho para todos.

- Solicitar ao presidente do Conselho Universitário uma audiência pública para apresentação e discussão das contas e impacto do contingenciamento de recursos no orçamento de 2015 da UFF


- Notas de Repúdios ao edital de bolsa de monitoria voluntária lançado pela UFF e ao convênio firmado pela reitoria da UFF com a CEDERJ para a oferta de até 20% de disciplinas na modalidade de Educação à Distância nos cursos presenciais regulares.


- Moção de repúdio à Monitoria Voluntária:
"Diante da notícia de regulamentação e publicação de edital para monitoria voluntária na UFF, a assembleia docente repudia tal prática. Temos o entendimento que além do caráter de formação docente, as bolsas de monitoria também cumprem o papel de permanência dos alunos na Universidade.  Não iremos aceitar mais esse ataque às bases da universidade pública, transferindo para a universidade os custos impostos pelo ajuste fiscal".

- Moção de repúdio ao convênio entre a UFF e o CEDERJ
"A Assembleia de professores repudia o convênio firmado pela reitoria da UFF com o CEDERJ para a  oferta de até 20% de disciplinas na modalidade de Educação a Distância nos cursos presenciais regulares".



DA REDAÇÃO DA ADUFF
Foto: Zulmair Rocha